Sedentos

Ao redor dos palácios, um vale e suas moradas, e nos caminhos dos carpinteiros há passarinhos, boiadas, riozinhos,aterros, circos, tendas ciganas, danças e vinhos, parques, porcos no chiqueiro, mulheres nos fogões à lenha, lenhadores no trabalho, crianças e seus anjos da guarda nos quintais, formigas levando comida, abelhas dentro das flores, bichos na grama, nó da madeira, estrume. É que estamos sedentos de vida, saindo das tocas para brincar. A pátria partida em pedaços, com os seus mentirosos no poder, balança ao vento entre bandeiras símbolo dos povos e sinais da cruz. Mares e céus azulados fazem do mundo uma casa com varanda a qualquer ser que procure infinitos. Um mundo melhor a todos que ainda sonham. Dos que gritam por justiça aos esquecidos sob a luz de alguma lua. Há sempre algo a renascer.

* Paulo Viggu é músico, escritor , agitador cultural e ativista ambiental