Pirajuense é finalista do Prêmio Vladimir Herzog 2022

A reportagem “Rondônia Devastada”, publicada pela agência Amazônia Real, é finalista na categoria Produção Jornalística em Multimídia do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog 2022. A matéria mostra em textos, imagens, infográficos e um mini-documentário a ação de grileiros, madeireiros e empresários do agronegócio no Estado de Rondônia.

“Rondônia é um dos Estados da Amazônia mais impactados pelo avanço indiscriminado e ilegal do agronegócio. Um setor que tem o apoio do poder econômico e dos governantes. O Estado vive hoje aquilo que líderes indígenas e comunidades tradicionais chamam de o fim da floresta”, afirma a jornalista Elaíze Farias, uma das autoras da reportagem. Também participaram do especial o editor Eduardo Nunomura, a repórter (e pirajuense) Karla do Val, o jornalista Fábio Pontes e o fotógrafo Alexandre Cruz Noronha. “Foi um trabalho árduo, longo e difícil, elaborado com muita responsabilidade, buscando a precisão das informações”, destaca Karla.

Na categoria multimídia, “Rondônia Devastada” concorre com as reportagens “Mortes invisíveis”, publicada pelo TAB UOL; e “A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia”, do site Metrópoles.  Este ano, 528 produções jornalísticas em sete categorias foram avaliadas pelo Prêmio Herzog. As categorias são arte, fotografia, texto, vídeo, áudio, multimídia e livro-reportagem.

Neste ano, as jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, criadoras do portal de notícias Amazônia Real, e o médico infectologista Dráuzio Varella recebem o troféu símbolo do Prêmio – a meia lua recortada com a silhueta de Vlado Herzog, uma criação do jornalista, artista plástico e designer Elifas Andreato, falecido em março deste ano. As jornalistas Elaíze e Kátia serão homenageadas pela destacada trajetória no jornalismo defensor das causas amazônicas e, Varella, em reconhecimento a uma das maiores referências do país sobre popularização do conhecimento no campo da saúde. O repórter britânico Dom Phillips será homenageado in memoriam pela trajetória marcante no jornalismo em defesa do meio ambiente, na preservação da floresta amazônica e de seus povos. Haverá também uma premiação especial aos Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) pela resistência na defesa da comunicação pública.

Nessas últimas quatro décadas já foram homenageados Lourenço Diaféria (in memoriam), David de Moraes, Audálio Dantas, Elifas Andreato, Alberto Dines, Lúcio Flavio Pinto, Perseu Abramo (criador do Prêmio, in memoriam), Marco Antônio Tavares Coelho, Raimundo Pereira, Sandra Passarinho, Rubens Paiva (in memoriam), Mino Carta, Mauro Santayana, Daniel Herz (in memoriam), Eduardo Galeano (in memoriam), Elio Gaspari, Cláudio Abramo (in memoriam), Tim Lopes (in memoriam), D. Paulo Evaristo Arns (in memoriam), Rose Nogueira, Bernardo Kucinski, Patrícia Campos Mello, Glenn Greenwald, Hermínio Sacchetta (in memoriam), Luiz Gama (in memoriam), Sueli Carneiro, Laerte, Neusa Maria Pereira, Alex Silveira, Abdias Nascimento (in memoriam) e José Marques de Melo (in memoriam).

A escolha dos vencedores do 44º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais conceituados do jornalismo brasileiro, será feita pela Comissão Organizadora no próximo dia 13 de outubro. A cerimônia acontecerá no dia 25 de outubro, no Tucarena, em São Paulo.

* Graziele do Val, especial para o PIRAJU USP